Clarice Lispector (1920-1977) é uma das principais renovadoras da linguagem literária brasileira, preocupação essencial de sua geração modernista, a de 45. A autora radicaliza a herança do exame psicológico das personagens, característica marcante de obras da geração anterior, como no romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
Clarice explora o recurso do discurso indireto livre, aquele que incorpora a fala da personagem à fala do narrador, aproximando o leitor dos pensamentos da personagem. Ela ainda introduz uma inovação no Brasil: o fluxo da consciência, que é o registro do pensamento da personagem, sem demarcações claras de passado ou presente, de realidade ou desejo. Essa é uma marca de toda a produção literária da escritora, desde a sua estreia, com o romance Perto do Coração Selvagem.
O fluxo da consciência permite o aprofundamento da sondagem psicológica, levando o leitor a um mergulho radical, existencial e intimista na alma das personagens. O instrumento de "entrar" na mente da personagem e relatar seu pensamento tem o efeito de produzir rupturas na narrativa, quebras na concepção espaço-tempo. Em Clarice, o tempo íntimo, particular, tem prevalência sobre o tempo histórico, social.
Em A Hora da Estrela, romance de 1977, mais uma característica marcante da obra de Clarice se destaca: a metalinguagem, quer dizer, a linguagem que trata da própria linguagem, criticamente, fazendo dela assunto artístico. O narrador se alonga, no início do livro, numa autocrítica radical de sua posição, elevada, em relação à da personagem, a humilde datilógrafa Macabéa, nordestina que migrou para o Rio de Janeiro. De que modo contar essa história? De que perspectiva? Com que tom? Com que palavras?, questiona o narrador.
A autora também é conhecida pela predominância da epifania em suas narrativas. Em termos literais, epifania significa "manifestação religiosa", "aparição divina", mas, em literatura, é momento de profundo êxtase, de descoberta e revelação. Na obra de Clarice, a epifania é o ponto de virada na vida da personagem, o momento crucial marcado por uma transformação profunda.
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http://www.blogdamarialucia.com.br/2010/12/clarice-lispector.html
Clarice explora o recurso do discurso indireto livre, aquele que incorpora a fala da personagem à fala do narrador, aproximando o leitor dos pensamentos da personagem. Ela ainda introduz uma inovação no Brasil: o fluxo da consciência, que é o registro do pensamento da personagem, sem demarcações claras de passado ou presente, de realidade ou desejo. Essa é uma marca de toda a produção literária da escritora, desde a sua estreia, com o romance Perto do Coração Selvagem.
O fluxo da consciência permite o aprofundamento da sondagem psicológica, levando o leitor a um mergulho radical, existencial e intimista na alma das personagens. O instrumento de "entrar" na mente da personagem e relatar seu pensamento tem o efeito de produzir rupturas na narrativa, quebras na concepção espaço-tempo. Em Clarice, o tempo íntimo, particular, tem prevalência sobre o tempo histórico, social.
Em A Hora da Estrela, romance de 1977, mais uma característica marcante da obra de Clarice se destaca: a metalinguagem, quer dizer, a linguagem que trata da própria linguagem, criticamente, fazendo dela assunto artístico. O narrador se alonga, no início do livro, numa autocrítica radical de sua posição, elevada, em relação à da personagem, a humilde datilógrafa Macabéa, nordestina que migrou para o Rio de Janeiro. De que modo contar essa história? De que perspectiva? Com que tom? Com que palavras?, questiona o narrador.
A autora também é conhecida pela predominância da epifania em suas narrativas. Em termos literais, epifania significa "manifestação religiosa", "aparição divina", mas, em literatura, é momento de profundo êxtase, de descoberta e revelação. Na obra de Clarice, a epifania é o ponto de virada na vida da personagem, o momento crucial marcado por uma transformação profunda.
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